Eu sempre gostei de ler e escrever, e só quem me conhece muito bem sabe disso.
Tudo começou quando eu estava na segunda série, e tinha uns 8 anos de idade. Lembro-me como se fosse hoje...
A tia Cleonice, minha querida professora, certo dia se assentou pertinho de nós, e nos disse que íamos ler um livro chamado "Um peixinho do outro mundo" de Izomar Camargo Guilherme. Lembro que fiquei muito animada com a ideia, e realmente feliz...mas não fazia idéia de que aquele livro, faria a diferença na minha vida...
A história do peixinho que queria conhecer o outro mundo, me cativou de uma maneira que eu mesma não sei explicar, e partir daquele dia passei a devorar livros e a escrever...Aliás, certa vez, minha mãe me desafiou: a cada livro que eu lesse, ela me pagaria 1 real ahauhauhua. Bom, eu li 16 dezesseis livros em um mês, e minha querida maezinha logo viu que sairia no prejuízo.
Participei de muitas competições de redação, e entre todas as escolas particulares de Cuiabá, fiquei entre as 10 melhores redações. E o meu sonho de escrever se ajustou bem com a minha gana por leitura, que a próposito só aumentava.
Toda minha adolescencia foi marcada por bons livros e muita escrita da minha parte, teve epócas em minha vida, que eu preferia ler, a ter que sair de casa e a escrever, do que ter que expor meu sentimentos pessoalmente.
Engraçado que eu sempre conseguia dizer tudo o que eu queria quando escrevia, minhas ideias saltavam para o papel sem que eu percebesse, era como olhar para dentro de mim...Claro que como todo escritor, sempre teve exageros, e melancolia, que davam mais emoção ao que eu escrevia...e isso não era por ser triste, ao contrário, me sentia imensamente feliz quando escrevia, mas acho que todo escritor passa a idéia de solidão, pois quem lê ve um pouco dentro de nós, sem barreiras, ou qualquer tipo de resistência. Mas é preciso saber diferenciar, daquilo que são sentimentos que pertencem a essência humana, daqueles sentimentos que estão sendo vividos na escrita.
Então decidi partilhar com todos vocês alguns de meus manuscritos, textos que foram escritos por mim. Tentei encontrar textos de quando eu era criança, mas diante de tantas mudanças (cidades), muita coisa se perdeu. Os textos que encontrei são de minha adolescência, entre os anos de 2000 e 2004, por isso, não sejam tão críticos, kkkk...muita coisa parecerá boba e infantil...mas era exatamente o que eu era...
O primeiro texto que irei postar, foi escrito em 21/05/2002, as 8:55 da manhã, eu estava na escola, e passava por um momento muito difícil, pois sofria por minha tia que estava muito doente. Foi uma das pessoas que mais amei no mundo.
De Peito Aberto
Ao olhar pela janela a chuva caía e os ventos sopravam...
Deitada em minha carteira sofria, buscava olhar para a chuva como sinal de benção, mas em meu coração, só pensava que naquele dia o céu amanhecera triste e derramava "suas lágrimas geladas", pelo mesmo motivo que eu gemia.
Seu barulho trazia o soluço em meu peito, que estava preso, reprimido, triste, por ver a vida e a morte tão próximas e ao mesmo tempo tão distantes.
Deus, o Senhor dos Senhores, Deus do impossível, escuta constantemente os meus clamores, pedindo cura, alívio para o bater acelerado do meu coração, vida abundante, o sorriso meigo e cativante, que faz florecer qualquer alegria escondida.
Clamo para que opere na vida dos tementes e afague nossa alma do medo e nos mostre não só uma luizinha no fim do túnel, mas sim o caminho certo e seguro pelo qual devemos seguir.
Mas sou consciente e entendo a palavra de Deus, o suficiente para me prostrar a qualquer decisão do Criador.
Autora: Suzan Michelly Coelho Fernandes.

Muito bacana!!
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